segunda-feira

Aposto que este ano, mais uma vez, ninguém me vai oferecer meias

Está tudo bem, já tenho os presentes. Doem-me um pouco os pés de tantas voltas, mas desde que vi uma rapariga a andar de muletas cheia de sacos com embrulhos, sem ninguém para a ajudar, proibi-me de reincidir em auto-comiseração por causa das compras de Natal. Estava quase a chegar a minha vez de apresentar ao serviço o cartão multibanco quando vi uma grávida, tão bonita, tão grávida, uma fila de gente sem fim para pagar na caixa, um calor dentro da loja que não se podia, e a grávida, tão bonita, quase a desfalecer. Fiz-lhe sinal para que avançasse, "Cedo-lhe a minha vez", disse eu. Ficou tudo de trombas, as pessoas que na fila estavam atrás de mim e à frente dela. Mas caladinhos. Paciência. Faz-se o que for necessário pelo bem-estar de uma grávida. Ela agradeceu (mais bonita ficou) e não resisti a gracejar, "A barriga é de verdade, não é? Espero que não seja um truque..." Só ela é que se riu, o resto da fila continuou de trombas. Depois na parte dos brinquedos, um pirralho que não tinha mais de 9 ou 10 anos vira-se para a mãe e diz, "Vou levar isto para a não-sei-quantas. Paga tu, que eu dou-te o dinheiro em casa." Está-se mesmo a ver! Nisto liga-me o meu Pai. Tinha-lhe dito que precisava de um disco externo para o meu portátil (back-ups, back-ups). Ele queria saber de que capacidade, quantos gigas. Não sabia bem o que escolher. Pergunta-me então, já um bocado enervado, "Diz aqui no catálogo que há um que dá para toda a Biblioteca Nacional. Achas que chega?" Ehehehe.

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