Destarte, a baronesa
(...)Era formada em História de Arte, educada pelo selecto Colégio de Odivelas, lia livros, sabia descascar e comer pêssegos, não usava talher nos espargos e, no entanto, exprimia-se destarte. O coronel já desistira de lhe explicar que não ficava bem dizer «não me fodam» às mulheres dos outros oficiais, a meio de um jogo de canasta, sobretudo quando estava a perder. O facto é que, sem saber como nem porquê, fora essa particularidade vernácula que o fizera interessar-se por ela, no baile de debutantes do Casino do Estoril.(...)
Mário de Carvalho, Fantasia para Dois Coronéis e Uma Piscina (Caminho, 2004)
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