terça-feira

Cada um na sua pele

Quando penso no "Onze de Setembro", de imediato salto para o dia 12 de Outubro de 2002 e deixo para mais tarde as implicações para o Estado do Mundo.

Nesse dia também houve um atentado terrorista, que fez explodir uma bomba numa discoteca de Bali, Indonésia, e que matou cerca de duzentas pessoas, maioritariamente turistas. Os meus pais, em viagem, encontravam-se hospedados a algumas centenas de metros do local da explosão. Depois de ouvir a notícia "de última hora", entrei em pânico. Seria altamente improvável que eles estivessem na tal discoteca, mas nunca se sabe.

Nos anos 80, quando Indira Ghandi foi assassinada por sikhs, os meus pais estavam na Índia. Lembro-me de ver a minha avó, passada, a andar de um lado para o outro e a resmungar entre dentes: "Inconscientes, não se querem vir embora dali...". O Norte da Índia tinha entrado em convulsão, com hindus a matar sikhs. Mas os meus pais estavam no Sul, claro que não lhes aconteceu nada. Depois, embora hoje em dia já se tenham deixado de aventuras todo-o-terreno, desde que capotaram o jipe no meio dum deserto qualquer, não há tantos anos assim, com o meu pai (maluco) a conduzir, acidente do qual, felizmente, acabaram por sair ilesos, já não excluo nenhuma hipótese.

12 de Outubro de 2002. Sozinha em casa, aquilo mais parecia uma redacção de jornal. Televisão, rádio, internet, tudo ligado ao mesmo tempo. Telefonemas. Nada. Horas depois, consegui finalmente sossegar. Estavam a dormir, não tinham dado por explosão nenhuma.

Na manhã do dia 11 de Setembro de 2001, os meus pais podiam estar em Manhattan, de visita às Twin Towers. Também podia ser eu ou amigos meus. Ou um primo afastado. Ou milhares de pessoas que eu não conhecia, americanos ou estrangeiros, que era de facto quem lá estava. Em teoria, vai dar ao mesmo. Na prática, não.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Escuto.