terça-feira

Cinquentenário


René Lalique (1860-1945)
França, c. 1903-1904

Duas orquídeas em chifre e uma em marfim constituem o corpo deste belo diadema enriquecido ainda por um pequeno topázio em forma de gota no centro da flor de marfim. O pente de três dentes, também em chifre, é articulado ao diadema por uma charneira em ouro.

A exótica orquídea foi uma das flores símbolo do movimento estético do final do século XIX e foi tratada pelos joalheiros do período Arte Nova com muito realismo, aqui realçado ainda pela mestria técnica de René Lalique, que baseando-se sempre na flor real consegue simultaneamente conferir a esta jóia elegância e forte sentido erótico.


Se a Fundação Calouste Gulbenkian um dia tiver vontade de se ver livre de algumas peças da sua colecção, não me importo de guardar esta, por exemplo. Percebo que possa ocupar muito espaço na instituição e prometo cuidar bem dela.

O espelho Lalique (de corpo inteiro) que a mulher de Mr. Five Percent, Nevarte, tinha no seu quarto na casa da Avenue d'Iéna, em Paris, também será bem-vindo. Não encontro nenhuma fotografia dele, mas está exposto em permanência na última sala do Museu, para quem quiser admirá-lo. O objecto, não o reflexo.

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